268  – Os maus voluntários

O voluntariado é uma atividade nobre e importante para a sociedade, que envolve a doação de tempo e talento para ajudar pessoas ou organizações que precisam de apoio. No entanto, nem todos os voluntários agem com responsabilidade, compromisso e respeito pelas causas que escolhem. Esses são os chamados maus voluntários, que podem causar mais problemas do que soluções. Os maus voluntários podem ser identificados por algumas características, como:

– Falta de planejamento e organização: não se informam sobre as necessidades e as expectativas, não se preparam adequadamente para as atividades que vão realizar e não cumprem os horários e as tarefas acordados.

– Falta de comprometimento e continuidade: não levam a sério o seu papel como agentes de transformação social, não se envolvem com as causas que abraçam e desistem facilmente diante de dificuldades ou desinteresses.

– Falta de respeito e empatia: não tratam com dignidade e cordialidade as pessoas que os recebem, não reconhecem a diversidade e a complexidade das realidades sociais e não se colocam no lugar dos outros.

– Falta de ética e transparência: não agem com honestidade e integridade, não prestam contas dos recursos que utilizam e não respeitam as normas e os valores das entidades que auxiliam.

E quais são os impactos dos maus voluntários?

– Desperdício de recursos humanos, materiais e financeiros: recursos que poderiam ser melhor aproveitados pelas organizações.

– Desmotivação e frustração dos demais voluntários: afetam o clima e a dinâmica das equipes de trabalho, criando conflitos, desconfianças e insatisfações entre os participantes.

– Desgaste e perda de credibilidade das entidades: eles comprometem a imagem e a reputação das entidades que representam, afastando potenciais parceiros, doadores e beneficiários.

– Prejuízo das comunidades: causam danos materiais e/ou emocionais às pessoas ou grupos que pretendem ajudar, reforçando estereótipos, dependências ou vulnerabilidades.

Para prevenir ou minimizar os problemas causados pelos maus voluntários, algumas medidas podem ser adotadas, tais como:

– Capacitação e orientação; seleção e acompanhamento, reconhecimento e feedback e diálogo e mediação dos conflitos.

O voluntariado é uma forma de expressar a solidariedade, a cidadania e a generosidade, que pode trazer benefícios tanto para quem ajuda quanto para quem é ajudado. No entanto, é preciso que os voluntários tenham consciência da importância e da responsabilidade do seu papel, e que as entidades tenham cuidado e critério na gestão do seu trabalho. Assim, será possível evitar os maus voluntários e garantir que o voluntariado seja uma prática positiva e transformadora para todos.

Roberto Ravagnani é palestrante, jornalista (MTB 0084753/SP), radialista (DRT 22.201), Consultor especialista em voluntariado e responsabilidade social empresarial. Voluntário palhaço hospitalar desde 2000, Conselheiro Diretor da Rede Filantropia, CEO da empresa de consultoria R. R. Desenvolvimento e Transformação Humana LTDA e do VOL, porta voz pela ONU, Associado da VRS Consult da Guatemala, prof. de Voluntariado da PADLA University- México e Consultor acreditado por Empresability . @roberto.ravagnani